Medo…
Viver com o medo, parece ser um assunto familiar para muitas mães que como eu passamos por um cancro pediátrico, ou outra qualquer situação que nos colocou um filho em risco de vida.
Aprender a viver com medo sem nos deixarmos dominar por ele, como fazer?
Como tudo o resto não é uma tarefa fácil, não poderia ser obviamente!
Vamos diariamente com muita fé, força, coragem e amor, acreditando em cada dia que tudo passou e que ele vai manter-se bem.
Aprendemos a viver cada dia e trocamos os planos de longo prazo pelos planos do momento.
Se alimentares o medo ele tem tendência a crescer cada vez mais, então alimentamos o oposto, e vivemos um dia de cada vez.
Ter medo é um sentimento que nasce connosco e que resulta do apego, ter medo de perder um filho é comum a qualquer mãe, mas aprender a domina-lo é o que nos diferencia.
É o nosso trabalho de casa diário, dominar o medo antes que ele nos domine a nós.
Obviamente em certas alturas parece ser uma tarefa demasiado heroica até para nós.
Quando por exemplo chega aquela altura do ano de fazer a ressonância que nos irá mostrar que tudo está bem (pelo menos temos uma forte fé que assim seja) começa o “mostro” do medo a trazer-nos à memória aqueles momentos em que com esse mesmo exame descobrirmos que o nosso filho tinha um tumor, então as noites mal dormidas ou as taquicardias começam a fazer parte das nossas vidas até voltarmos a saber o resultado que mais uma vez nos mostra que está tudo bem.
Pedir ajuda nestas alturas parece ser a atitude mais sensata, aceitarmos a nossa vulnerabilidade.
Verbalizarmos junto de quem nos entende também é uma boa estratégia.
Ocuparmos o nosso tempo e o pensamento com aquilo que nos enche verdadeiramente o coração também nos ajuda imenso.
No meu caso em concreto o voluntariado ajuda-me a mim porque me aquece o coração perceber que posso de alguma forma fazer a diferença no alivio do medo de alguém.
E depois……é seguir em frente até à próxima!