Durante
Depois do diagnóstico e do internamento urgente que efetuamos, começaram todas as dúvidas, medos, interrogações habituais de todos nós, com um prognóstico que enfim, era só um prognóstico mas que na altura nos aterrorizou.
O pensamento foi unanimo e único, a prioridade é o Ricardo e a sua cura. Estamos no local certo, no Hospital de São João, com uma equipa de médicos, enfermeiros, auxiliares e terapeutas, que consideramos os melhores. Então e agora qual vai ser o nosso papel em tudo isto?
E foi aqui que começamos a agir, nomeadamente em relação ao bem-estar físico e psicológico do Ricardo, tentando desdramatizar a situação, tentando colocar humor em tudo, começando logo a fazer um registo fotográfico e com vídeos de todo o processo, tentando dar leveza a toda a situação.
Com 10 anos, o Ricardo sai da escola com algumas queixas, vai a um hospital tentar perceber o que se passava e, de repente tem que internar de urgência, entra numa sala com várias crianças ligadas a máquinas que estão sempre a apitar e temos que reagir. Temos que neste cenário, apelar á criatividade e imaginação e tentar criar um ambiente de fantasia e com muita brincadeira e humor para aligeirar toda a situação.
É operado a primeira vez, e começa-se a delinear os tratamentos e a preparar para todos o processo.
Eu comecei a ler os primeiros livros, a ver documentários, a pesquisar, enfim tudo o que estava ao meu alcance e que o universo me ia colocando no caminho.
Apercebo-me que a primeira coisa a fazer era alterar toda a alimentação, este foi o ponto de partida. Claro que esta alteração foi colocada em prática para toda a família.
A primeira grande alteração foi cortar no açúcar e deixar de alimentar o “bicho”. Quando algumas pessoas me questionavam e questionam sobre esse assunto porque são crianças e “coitadinhas” gostam, eu friamente repondo, se fosse veneno dava ao seu filho? Pois é o açúcar neste caso específico é o veneno que não podemos dar aos nossos filhos.